A propósito da tomada de posse do novo comandante da Base Aérea n.º11 (BA11), João Rosa, o “Diário do Alentejo” conversou com o próprio sobre os seus principais objetivos profissionais neste regresso á sua cidade natal, bem como a importância da BA11 no atual contexto geoestratégico da Europa e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e do significado para Beja do estabelecimento, desde o passado dia 19 de outubro, de cinco novas aeronaves KC-390 da Força Aérea Portuguesa, que constituirão a frota que será operada pela Esquadra 506 – “Rinocerontes”.
Texto | José Serrano
Lidera, desde o dia 24 de outubro, a Base Aérea n.º 11 (BA11), de Beja. Quais são os seus principais objetivos profissionais neste regresso à sua cidade natal?
Dar continuidade ao trabalho feito pelos meus antecessores no cumprimento da missão da unidade, que passa por garantir a prontidão das esquadras de voo e o apoio logístico-administrativo de unidades e órgãos sediados nesta base. Paralelamente, contribuir para a afirmação da Base Aérea de Beja como unidade de referência da Força Aérea, reconhecendo o esforço e o investimento feito pela instituição na nossa unidade. Num outro plano, manter a cultura de melhoria contínua, de forma a prestar o melhor apoio possível ao pessoal, e respetivas famílias, colocado nesta unidade. E aumentar a presença da base na cidade e na região, fortalecendo os laços militar-civis estabelecidos, criando novas sinergias que tragam vantagens para estes dois mundos da sociedade.
Como classifica a importância da Base Aérea de Beja no atual contexto geoestratégico da Europa e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO)?
A Base Aérea de Beja assume grande importância geoestratégica, por Portugal ser fronteira oeste da Europa. A localização e as características gerais desta base permitem à aliança olhar para esta unidade militar como uma excelente alternativa para posicionar poder aéreo que permita dar apoio às operações de qualquer natureza que possam ser empregues para responder a qualquer cenário. Por outro lado, a proximidade da base ao Atlântico e a sua centralidade permitem-lhe ser vista como um bom ponto de partida para projetar força para aquele oceano ou como base logística que sirva de ponte entre os EUA e a Europa.
No passado dia 19 de outubro chegou à Base Aérea de Beja a primeira de cinco novas aeronaves KC-390 da Força Aérea Portuguesa, que constituirão a frota que será operada pela Esquadra 506 – “Rinocerontes”. O que poderá significar para a cidade o estabelecimento desta frota na BA11?
O KC-390 representa um dos maiores investimentos em capacidades militares efetuados pelo nosso país. Esta aeronave transporta a Força Aérea para uma dimensão logística completamente nova, muito mais ambiciosa e global. Adicionalmente, representa uma mudança de paradigma nas aquisições militares portuguesas ao entrar num programa moderno, de tecnologia de ponta e com desenvolvimento nacional. O estabelecimento desta esquadra na BA11 é representativo da forte aposta que está a ser feita nesta unidade, a par da renovação da frota de helicópteros (AW119 Koala) implementada na Esquadra 552. Este reforço de capacidades da Força Aérea trará vantagens indiscutíveis para a cidade, não só pelo incremento da manta social proveniente da BA11 como, também, pela importância estratégica e tecnológica que representam estes investimentos militares.